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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home1/sited240/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114Elas s\u00e3o jovens, solteiras, afrodescendentes, com baixa escolaridade e sonham com uma vida melhor. Esse \u00e9 o perfil das brasileiras v\u00edtimas do tr\u00e1fico de seres humanos na Holanda. Atra\u00eddas por promessas de emprego e bons sal\u00e1rios, a maioria das mulheres acaba sendo obrigada a servir \u00e0s redes de prostitui\u00e7\u00e3o na Europa.<\/p>\n
Luiz Sammartano<\/em><\/p>\n As principais rotas do tr\u00e1fico de brasileiras para os Pa\u00edses Baixos partem da regi\u00e3o amaz\u00f4nica, com escala no Suriname, pa\u00eds que faz fronteira com os estados do Par\u00e1 e Amap\u00e1. Um relat\u00f3rio da ONG F\u00f3rum da Amaz\u00f4nia Oriental revela que das 241 rotas de tr\u00e1fico de seres humanos identificadas no Brasil, 76 passam pela regi\u00e3o Norte.<\/p>\n Os aliciadores s\u00e3o, em geral, homens entre 31 e 41 anos e com bom n\u00edvel de escolaridade. Grande parte deles s\u00e3o empres\u00e1rios, que trabalham em bares, casas de shows, ag\u00eancias de encontro e at\u00e9 sal\u00f5es de beleza.<\/p>\n Abordagem<\/strong><\/p>\n Marcos El\u00edsio Viana, pastor da Comunidade Crist\u00e3 em Amsterd\u00e3, h\u00e1 12 anos presta assist\u00eancia a brasileiras v\u00edtimas das redes de tr\u00e1fico na Holanda e que o procuram, depois de conseguirem escapar dos exploradores. Ele explica como \u00e9 a abordagem das quadrilhas no Brasil:<\/p>\n Turistas holandeses v\u00e3o se hospedar em pousadas ou hot\u00e9is e ali, numa conversa informal, fazem convites tentadores. Eles oferecem trabalho em hot\u00e9is e empresas, o que parece irrecus\u00e1vel para pessoas que vivem em condi\u00e7\u00f5es financeiras limitadas. Elas acabam aceitando o convite e quando chegam aqui, v\u00eaem que a realidade \u00e9 outra.<\/p>\n Radicada em Roterd\u00e3 h\u00e1 34 anos, a enfermeira Bete Gomes trabalhou voluntariamente durante quatro anos com o encaminhamento de v\u00edtimas para o Brasil. Durante as conversas com as mulheres, muitas contavam \u00e0 enfermeira que eram agredidas e mantidas em c\u00e1rcere privado pelos exploradores:<\/p>\n Elas ficam presas em casas e \u00e0s vezes n\u00e3o sabem nem onde est\u00e3o. Ficam sem passaporte e s\u00e3o obrigadas a se prostituir. Al\u00e9m disso, elas s\u00e3o maltratadas e obrigadas a se drogar, o que muitas meninas n\u00e3o querem fazer.<\/p>\n Seq\u00fcelas<\/strong><\/p>\n O pastor Marcos El\u00edsio Viana lembra o caso marcante de uma brasileira que, apesar de ter conseguido fugir, sofreu danos psicol\u00f3gicos e at\u00e9 f\u00edsicos depois de ser obrigada a se prostituir na Holanda:<\/p>\n Logo que tomou consci\u00eancia de que deveria se prostituir e n\u00e3o ser recepcionista de um hotel, ela imediatamente caiu num estado psicol\u00f3gico que causou conseq\u00fc\u00eancias no seu corpo. Ela ficou doente e durante tr\u00eas meses foi tratada, mas logo depois come\u00e7ou a planejar a fuga. A jovem conseguiu analisar a rotina da casa e escapar, pegando o primeiro trem, levando consigo apenas a roupa do corpo.<\/p>\n Por sorte, a v\u00edtima foi encontrada por um agente da Organiza\u00e7\u00e3o Internacional para Migra\u00e7\u00e3o (OIM) dentro do vag\u00e3o. Ela foi abrigada pela Comunidade Crist\u00e3 em Amsterd\u00e3 enquanto a IOM providenciava a repatria\u00e7\u00e3o para o Brasil.<\/p>\n Em alguns casos, a liberdade chega a ser comprada por clientes, que se apaixonam pelas jovens e prop\u00f5em casamento. Quem conta \u00e9 uma brasileira que durante tr\u00eas anos ajudou v\u00edtimas na cidade holandesa de Enschede, na fronteira com a Alemanha, e prefere o anonimato:<\/p>\n Quando elas faziam sexo com um homem que se apaixonava por elas, muitas tinham a sorte de ser compradas por ele. O pre\u00e7o varia entre tr\u00eas mil a cinco mil euros. Ap\u00f3s o pagamento, o aliciador entregava o passaporte e a menina estava livre.<\/p>\n Dados internacionais<\/strong><\/p>\n As mulheres s\u00e3o o principal alvo do tr\u00e1fico internacional de seres humanos. A Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU) estima que, s\u00f3 na Europa, 500 mil mulheres sejam traficadas a cada ano. As brasileiras engrossam as estat\u00edsticas no velho continente e somam 75 mil, o equivalente a 15% das v\u00edtimas.<\/p>\n Dos brasileiros que cruzam o Atl\u00e2ntico v\u00edtimas do tr\u00e1fico, 90% s\u00e3o do sexo feminino. Espanha, Holanda, It\u00e1lia, Portugal, Su\u00ed\u00e7a e Fran\u00e7a s\u00e3o os principais destinos das brasileiras, segundo as Na\u00e7\u00f5es Unidas. E elas chegam principalmente dos estados de Goi\u00e1s, S\u00e3o Paulo, Cear\u00e1, Minas Gerais e Rio de Janeiro.<\/p>\n Causas<\/strong><\/p>\n Pobreza e falta de oportunidades s\u00e3o apontadas pela OIM como um est\u00edmulo \u00e0 expans\u00e3o do tr\u00e1fico de seres humanos no mundo. Desde 1994 combatendo as redes internacionais, a entidade j\u00e1 providenciou assist\u00eancia a cerca de 15 mil v\u00edtimas do tr\u00e1fico de pessoas e implementou 500 projetos de reinser\u00e7\u00e3o em 85 pa\u00edses.<\/p>\n A quem recorrer em caso de tr\u00e1fico, viol\u00eancia e explora\u00e7\u00e3o na Holanda:<\/strong><\/p>\n – Consulado-Geral do Brasil em Roterd\u00e3<\/p>\n Stationsplein 45 A2.202 3013AK Rotterdam<\/p>\n Tel. 31 0 10-206 2211<\/p>\n plant\u00e3o: 06 5155 4836<\/p>\n – TAMPEP International Foundation<\/strong><\/p>\n Westermarkt 4 1016 DK Amsterdam<\/p>\n Tel. 31 20 624 71 49<\/p>\n Fax: 31 20 624 65 29<\/p>\n Email: tampep@xs4all.nl<\/p>\n – CCA- Comunidade Crist\u00e3 em Amsterd\u00e3<\/strong><\/p>\n Postjesweg 150 Amsterdam<\/p>\n Tel. 31 20 616 26 38<\/p>\n – Brasileiros na Holanda<\/strong><\/p>\n Telefone: + 31 (0) 633700533<\/p>\n Fonte:\u00a0 www.brasileirosnaholanda.com<\/p>\n O pastor Marcos El\u00edsio Viana alerta jovens que possam ser novas v\u00edtimas das redes de prostitui\u00e7\u00e3o e pede a divulga\u00e7\u00e3o do problema no Brasil: O mais importante \u00e9 que as pessoas sejam informadas e questionem a inten\u00e7\u00e3o de gente que est\u00e1 apresentando propostas t\u00e3o milagrosas. Para as mulheres que j\u00e1 ca\u00edram nessa situa\u00e7\u00e3o saibam que existem pessoas dispostas a ajudar.<\/p>\n No Brasil, a Pol\u00edtica Nacional de Enfrentamento ao Tr\u00e1fico de Pessoas foi publicada em outubro de 2006. Para implement\u00e1-la, um grupo coordenado pelo Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a, Secretaria de Direitos Humanos e Secretaria Especial de Pol\u00edticas da Mulher tem at\u00e9 outubro deste ano para identificar as a\u00e7\u00f5es priorit\u00e1rias.<\/p>\n Servi\u00e7o<\/strong><\/p>\n O governo brasileiro, a Organiza\u00e7\u00e3o Internacional do Trabalho (OIT) e a OIM criaram a cartilha Brasileiras e Brasileiros no Exterior – informa\u00e7\u00f5es \u00fateis, que pode ser baixada aqui (em pdf).<\/p>\n O Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a criou um servi\u00e7o telef\u00f4nico gratuito para denunciar quadrilhas de tr\u00e1fico de pessoas. No Brasil, basta discar 100. A den\u00fancia tamb\u00e9m pode ser feita via internet, atrav\u00e9s do emaildisquedenuncia@sedh.gov.br O Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a garante o sigilo.<\/p>\n Fonte: R\u00e1dio da Holanda<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Elas s\u00e3o jovens, solteiras, afrodescendentes, com baixa escolaridade e sonham com uma vida melhor. 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